Crise pode fechar até 10% das concessionárias de veículos

Alarico Assumpção Jr., presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), disse que, no atual ritmo do mercado, até 10% das concessionárias poderão fechar as portas ao final de 2015, já considerado por alguns executivos da indústria automobilística pior que o de 2008 – ano em que eclodiu a crise financeira em escala […]

Alarico Assumpção, presidente da Fenabrave

Alarico Assumpção Jr., presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), disse que, no atual ritmo do mercado, até 10% das concessionárias poderão fechar as portas ao final de 2015, já considerado por alguns executivos da indústria automobilística pior que o de 2008 – ano em que eclodiu a crise financeira em escala global. Estimativas apontam que o mercado nacional deverá encerrar este ano com cerca de 800 mil veículos – incluindo motos – a menos ante a 2014.

Dados divulgados nesta terça-feira (5 de maio) pela Fenabrave indicam que as vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus caíram 25,19% em abril em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram comercializados 293.229 veículos.  De acordo com a entidade, foram emplacadas em abril deste ano 219.350 unidades. Em relação a março passado, quando foram licenciados 234.670, a queda foi de 6,53%. Ao final do quadrimestre, as vendas retraíram-se 19,9%.

No segmento de caminhões, que registrou queda de 10,72% entre março e abril, e 46,7% no comparativo ante a abril do ano passado, o presidente da Fenabrave afirma que os transportadores passam por crise de demanda. “Com exceção do agronegócio, que está em alta, não há outro setor que sustente a venda de caminhões. Sem PIB não há vendas neste segmento”, disse.

Para Assumpção, concessionárias monomarca enfrentam sérias dificuldades de sobrevivência no atual cenário. “Quem vendia 100 veículos por mês, atualmente chega a vender apenas um quarto deste total. Com o atual custo fixo, fica muito difícil a sobrevivência”, disse.

Para o presidente da Fenabrave, a tendência é de haver uma consolidação do setor, com revendas multimarcas comprando concessionárias menores. “Nos grandes centros, onde nos últimos anos houve uma explosão no preço do aluguel em razão da especulação imobiliária, os distribuidores de veículos tiveram suas margens espremidas, praticamente deixando insustentável o negócio para quem não tem escala de vendas”, disse.

Já para distribuidores sediados no interior, geralmente em cidades de pequeno e médio porte, o negócio não é tão crítico. “A maioria das revendas em cidades menores tem sede própria, o que é uma grande vantagem em momentos de forte desaceleração das vendas como o atual”, disse o executivo.

De acordo com a Fenabrave, o Brasil conta com cerca de 8.100 revendedores de automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, máquinas e equipamentos agrícolas. O mercado de veículos em 2014 foi de 3.498. 012 unidades, queda de 7,1% em relação aos 3.767.370 veículos licenciados em 2013. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

 

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