Iveco projeta vendas de 90 mil caminhões neste ano

O mercado de caminhões deve fechar o ano com queda de 28% nas vendas e emplacar cerca de 90 mil veículos, segundo Ricardo Barion, diretor de vendas e marketing da Iveco Latin America. “A partir de julho, o setor deve retomar os negócios e avançar ao longo de 2016, crescendo entre 5% e 10%, atingindo […]

O mercado de caminhões deve fechar o ano com queda de 28% nas vendas e emplacar cerca de 90 mil veículos, segundo Ricardo Barion, diretor de vendas e marketing da Iveco Latin America. “A partir de julho, o setor deve retomar os negócios e avançar ao longo de 2016, crescendo entre 5% e 10%, atingindo em dois anos um patamar de 120 mil a 130 mil unidades vendidas, volume razoável diante da capacidade produtiva da indústria automobilística atualmente”, avalia Barion.

A retomada do setor de caminhões, segundo Barion, não será amparada por incentivos federais, mas por uma reação espontânea do mercado. “O que o governo fez no passado não fará mais. Esta é a nova realidade e o setor vai ter que se acostumar com as taxas de financiamento”, diz o executivo.

Segundo Barion, a expectativa para as novas regras de financiamento impactou as vendas no primeiro trimestre. “Hoje, o estoque de veículos nas montadoras e nas concessionárias é de até cinco meses e os preços estão desabando, com redução entre R$ 20 mil e R$ 30 mil”.

Também contribuiu para a retração a dificuldade dos autônomos em comprovar a renda e o rigor dos bancos para aprovar os créditos. “Hoje 95% do financiamento de caminhões são pelo Finame/BNDES, mas o autônomo não tem acesso a esse programa porque não tem como comprovar renda”, afirma o diretor.

Barion prevê que esse ciclo de mudanças — alta do dólar, da taxa básica de juros (a Selic), retração no consumo e desemprego — vai se acomodar e o mercado voltará ao ritmo normal. “Mas não deve chegar ao pico de 2011, quando as vendas atingiram 173 mil unidades”. Para ele, o primeiro trimestre foi o mais difícil para o setor automotivo, com vendas muito ruins, jamais registrado nos últimos 15 anos. “A sensação é que o pior já passou, pois começamos notar melhora na curva de emplacamentos em abril com uma média diária de vendas de mais de 400 veículos”, diz Barion.

Até maio a Iveco vendeu 1.919 caminhões no país, recuo de 46,7% sobre igual período de 2014 quando emplacou 3.600 veículos. No segmento de leves as vendas caíram 38,6%, de 712 para 437 unidades. No de médios, a queda foi de 76,3%, de 320 para 76 unidades. No de semipesados, o recuo foi de 26,9%, de 1.166 para 852 unidades e no de pesados o declínio foi de 64%, de 952 para 343 unidades.

De todas as categorias o segmento de pesados é o que tem sentido mais o impacto da retração econômica do país. Nos cinco meses, a venda total destes modelos caiu 62% para 7.625 veículos, ante 20.049 unidades em igual período de 2014, segundo a Anfavea. “Mas o segmento de pesados é o que cresce mais rápido quando o mercado retoma porque o nível de profissionalismo é maior”, diz o diretor. Na análise de abril sobre março as vendas aumentaram 5,9% (1.547 unidades) e em maio sobre abril avançaram 7,3% (1.660 unidades).

A Iveco aproveita o período de retração para reestruturar o seu ponto de venda, composto hoje por 98 concessionárias. “Este é o momento de reajuste e de estudar a capilaridade, pois é preciso enxergar onde realmente necessita de revendas e manter um concessionário forte para atender determinada região”, explica Barion.

“Vamos criar um mecanismo para melhorar a oferta de serviços para atrair o cliente à revenda”, diz Barion e compara que enquanto na Europa 40% da rentabilidade das revendas vêm de serviços, no Brasil não chega a 20%.

Além de reposicionar a marca, a Iveco prepara o lançamento de um caminhão para o setor de pesados no segundo semestre deste ano e o programa de experimentação do produto. “Este é um trabalho vital para o consumidor ter contato com o veículo”, afirma Barion.

O novo caminhão faz parte do investimento de R$ 650 milhões liberado pela matriz, a CNH Industrial, à Iveco, sua divisão de caminhões, para o período de 2014 a 2016.

Parte dos recursos a empresa já aplicou na inauguração da nova pista de teste ao lado do seu complexo industrial. Também usará o valor no aumento do índice de nacionalização dos seus veículos e na melhora da eficiência e produtividade da sua fábrica de Sete Lagoas (MG).

 

 

 

 

 

 

 

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