Uma luz no fim do túnel

A indústria de pneus de carga espera terminar 2016 nos mesmos patamares de 2015, de acordo com a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), que representa a indústria de pneus e câmaras de ar instalada no Brasil. A expectativa é que haja uma pequena alta no mercado de reposição (1,7%), uma recuperação nas exportações […]

A indústria de pneus de carga espera terminar 2016 nos mesmos patamares de 2015, de acordo com a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), que representa a indústria de pneus e câmaras de ar instalada no Brasil. A expectativa é que haja uma pequena alta no mercado de reposição (1,7%), uma recuperação nas exportações (5,3%), mas as vendas para as montadoras devem continuar a cair (entre -7% e -8%), devido às dificuldades que o setor enfrenta. No primeiro trimestre, as vendas para as fabricantes de veículos tiveram um declínio de 40,4%. Alberto Mayer, presidente da Anip, destaca que o segmento de carga é o que mais tem sofrido com os problemas do mercado brasileiro de pneus.

Além da crise econômica, a indústria de pneus também sofre com a invasão de produtos importados, principalmente asiáticos, que chegavam a preços baixos e qualidade, muitas vezes, duvidosa. A alta do dólar, entretanto, está levando a uma lenta recuperação das exportações e do mercado interno, com a queda das importações.

“O produto brasileiro está mais competitivo no exterior e também em relação aos importados, que ficam mais caros. Passamos a substituir os importados no mercado interno”, explica Mayer. As indústrias também recorreram a medidas antidumping para se proteger da concorrência desleal.

Os acordos comerciais com países como México, Uruguai, e provavelmente com o Irã, que está na fase de negociações finais, também favorecem as vendas no exterior. A mudança na política econômica argentina é outro fator que impacta positivamente os fabricantes de pneus. “A Argentina é um parceiro tradicional nosso, mas o governo anterior havia criado muitas barreiras aos produtos brasileiros. Agora, com a mudança no cenário político, melhorou bastante e o intercâmbio entre as fábricas dos dois países se normalizou”, informa Mayer.

Mesmo com as dificuldades, os fabricantes de pneus continuam investindo em desenvolvimento de produtos e tecnologias. As questões ambientais também são uma preocupação para o setor, que já recicla toda a produção nacional. Para o presidente da Anip, o destaque é a mudança dos pneus tradicionais para os radiais. “São artigos mais seguros e econômicos, já que o custo por quilômetro rodado é inferior. O pneu radial pode ser reformado mais vezes com segurança”, diz. Em 2015, 90% das vendas de pneus de carga foram de radiais; em 2016, no primeiro trimestre, o índice chega a 94%, de acordo com dados da Anip.

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A Anip acredita em uma recuperação do mercado brasileiro, nos próximos anos. “Os fabricantes investiram muito para aumentar a sua capacidade ociosa e se preparar para o aumento das vendas de veículos. Acreditamos que ainda teremos dois anos difíceis, com uma discreta melhora nas vendas, mas que depois voltaremos a crescer”, afirma Mayer.

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