BYD apresenta seu primeiro ônibus elétrico nacional

A chinesa BYD, que está no Brasil desde 2013, levou para a Transpúblico dois modelos de chassis – o D7M 15.250 para carrocerias com até nove metros de comprimento e o D9W 20.410 para carrocerias com até 18,2 metros de comprimento – e o ônibus D9W com carroceria Caio Millennium IV, primeiro modelo 100% elétrico […]

A chinesa BYD, que está no Brasil desde 2013, levou para a Transpúblico dois modelos de chassis – o D7M 15.250 para carrocerias com até nove metros de comprimento e o D9W 20.410 para carrocerias com até 18,2 metros de comprimento – e o ônibus D9W com carroceria Caio Millennium IV, primeiro modelo 100% elétrico fabricado no Brasil.

Com autonomia de até 300 quilômetros por recarga e baixo custo de manutenção, o ônibus D9W Caio Millennium IV tem piso baixo, sem degraus para o embarque e desembarque de passageiros, o que facilita a acessibilidade.

O veículo é equipado com freio a disco regenerativo com sistema ABS nas rodas dianteiras e traseiras, que proporcionam mais segurança e autonomia ao veículo. Sua estrutura tem material de alta resistência à torção e uso intensivo.

A suspensão pneumática integral gera conforto aos passageiros e ao motorista e o sistema de rebaixamento bilateral (ECAS) – permite o ajoelhamento da suspensão, aumentando o conforto e a segurança para embarque e desembarque de passageiros.

Neste modelo é possível elevar a altura da carroceria para transpor alguns obstáculos das vias públicas. A coluna de direção permite a regulagem de acordo com as características de cada motorista, melhorando a ergonomia. O veículo conta com oito anos de garantia para o trem de força.

Segundo Adalberto Maluf, diretor de sustentabilidade e novos negócios da BYD, o custo do ônibus elétrico com ar condicionado é de aproximadamente R$ 600 mil (R$ 350 mil do chassi e R$ 250 mil da carroceria, dependendo das configurações internas) em comparação a R$ 550 mil de um ônibus piso baixo similar a diesel. Porém, o elétrico ainda conta com um pacote de baterias que pode ser comprado por leasing ou alugado pelo mesmo preço da economia de combustível, sendo que as baterias têm 30 anos de vida útil e serão reutilizadas para sistemas estacionários de energia após 15 anos de uso nos ônibus.

“Com relação às baterias, serão contratos separados feitos pelo operador para sua realidade local. Sem as baterias, o custo do chassi elétrico fica muito próximo de um similar a diesel, assim o impacto na tarifa seria muito baixo, já que o aluguel da bateria seria pago como despesa operacional, e não como capital investido. Essa nova solução financeira vai ajudar em muito os elétricos a se popularizarem pelo Brasil”, afirmou Maluf.

No mercado brasileiro o D9W Caio Millennium IV já foi adquirido pela Ambiental Transportes Urbanos, que opera o sistema de transporte na zona leste de São Paulo (mesma empresa que opera os trólebus na cidade).

O ônibus elétrico da BYD foi apresentado para a prefeitura de São Paulo neste ano. “O D9W da Caio é um ônibus referência e atende a todas as especificações para rodar na cidade de São Paulo. É o primeiro modelo 100% totalmente fabricado no país, fato esse que representa um importante passo para a mobilidade elétrica nacional”, destacou Vagner Rigon, vice-presidente comercial da BYD no Brasil.

A cidade de Campinas foi a pioneira no Brasil a inserir a primeira frota de 12 ônibus elétricos BYD (os 11 primeiros do modelo K9A, ainda importado, e um novo K9W já fabricado no Brasil). No sistema de transporte. Neste município a BYD inaugurou em abril deste ano a sua fábrica de chassis de ônibus elétrico e de painéis solares fotovoltaicos com investimentos de R$ 150 milhões, gerando inicialmente 300 empregos diretos. Agora São Paulo abre espaço para se juntar às maiores frotas de veículos limpos do mundo.

As perspectivas para o Brasil também são positivas, uma vez que as cidades estão buscando alternativas para melhorar o transporte público, ao mesmo tempo em que estabilizam os custos do sistema. Essa é a opinião do diretor Maluf. “Estudos feitos por agências de transporte no Brasil mostram que em dez anos de operação, os ônibus elétricos custam menos para o operador e o sistema do que os modelos movidos a diesel. Além disso, nossos chassis finalmente ganharam carrocerias locais feitas pelos parceiros Volare, Caio e Marcopolo. Assim, a BYD poderá vender seus chassis elétricos com as carrocerias que os operadores já estão acostumados a operar. Com isso, ganhamos escala, redução no custo dos ônibus elétricos e a possibilidade dos mesmos serem financiados pelo BNDES com taxas mais competitivas e maior prazo de carência”, afirmou Maluf, lembrando que em 2018 a BYD terá algumas frotas em operação pelo Brasil e, com isso, os operadores locais vão ganhar confiança na tecnologia e o mercado vai se consolidar no Brasil também.

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