Agronegócio estimula produção de caminhões pesados

Na região sul do Brasil a atuação da Iveco cresce no oeste de Santa Catarina, principalmente em Chapecó, que registra aumento da demanda por transporte de alimentos e produtos frigorificados no país e na exportação O agronegócio continua estimulando a produção de caminhões pesados. E é na região sul do Brasil, cuja movimentação de cargas […]

Na região sul do Brasil a atuação da Iveco cresce no oeste de Santa Catarina, principalmente em Chapecó, que registra aumento da demanda por transporte de alimentos e produtos frigorificados no país e na exportação

O agronegócio continua estimulando a produção de caminhões pesados. E é na região sul do Brasil, cuja movimentação de cargas de grãos e produtos refrigerados está aquecida, que as montadoras têm registrado aumento no volume de vendas.

A Iveco, com os seus caminhões pesados Hi-Way e Stralis, avança no mercado do no oeste de Santa Catarina, principalmente em Chapecó e região, onde está concentrada a maioria das empresas que produzem alimentos no setor de refrigerados no Brasil.

Em Chapecó a Iveco vendeu neste ano 50 caminhões Stralis 440 6×2 para um único cliente, a Transportes Framento, uma das maiores transportadoras da região que presta serviço para as grandes marcas dealimentos do Brasil. Os veículos foram entregues pelo Grupo Carboni, que tem oito concessionárias no Sul do Brasil e há mais de 20 anos representa a Iveco no país.

Os 50 caminhões Iveco adquiridos pela Framento fazem parte de um lote com 150 veículos comprados pela empresa durante a Fenatran no ano passado, que inclui também as marcas Mercedes-Benz, Scania e Volvo.

Para 2019, a Framento programou a aquisição de mais 100 caminhões, o que demandará investimento de R$ 70 milhões.

“No próximo ano o país tende a crescer mais do que em 2018, porque a demanda está boa e a expectativa é ainda maior. Depois de passar o período de inércia, o mercado brasileiro vai crescer até por questão de sobrevivência”, afirma Luiz Alberto Framento, dono da transportadora.

O que está estimulando o mercado de veículos pesados, segundo o proprietário da Framento, é o segmento de grãos e de alimentos frigorificados. “O meu ramo de negócio não teve retração durante a crise, no período de 2015 a 2017, e até mantive a compra de 50 a 100 caminhões por ano, porque as empresas buscam atendimento especializado e exigem que se tenha uma frota nova de veículos”, comenta o empresário.

A Framento mantém em sua frota 700 caminhões pesados com idade média abaixo de três anos, dos quais 250 modelos são da marca Iveco. A empresa transporta diversos tipos de alimento, como carnes, chocolates, frutas, legumes e verduras, além de produtos industrializados secos e congelados, lácteos, queijos e sorvetes.

Os novos caminhões adquiridos pela Framento foram por meio do crédito direto ao consumidor (CDC).

“O Finame fi cou inviável depois da substituição da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) para Taxa de Longo Prazo (TLP). Essa nova taxa de juros criada pelo governo não dá segurança. Por isso, prefiro pagar mais caro pelo CDC e saber que terei prestações fi xas”, observa Alberto Framento.

Outra transportadora que ampliou a frota de veículos neste ano foi a DL Transportes, da cidade de Xaxim, em Santa Catarina.

A empresa é especialista no transporte de alimentos em contêineres.

Do total de 19 caminhões pesados comprados pela empresa, 15 são modelos da Iveco. O restante de oito veículos Iveco foram entregues em outubro pela distribuidora de veículos Carboni.

A DL Transportes, criada por dois irmãos caminhoneiros, começou suas atividades em 2000 com apenas um caminhão usado da marca Scania. Agora, após receber os novos veículos, a empresa vai encerrar 2018 com uma frota de 50 modelos pesados com idade média de 1,5 ano. Deste total, 25 são da Iveco, modelos Stralis e Hi-Way.

Em grandes contêineres a DL Transportes leva cargas frigorificadas até os portos para serem exportadas a 150 países. “Começamos a puxar contêineres em 2.000, transportando frutas, e tivemos um crescimento de 20%”, conta Leandro Pegoraro, proprietário da empresa.

Para 2019, diante da perspectiva de melhora do mercado brasileiro, Pegoraro planeja reforçar a sua frota com novos caminhões. “Mas vamos avaliar isso com cuidado, pois a ideia é manter a estabilidade para organizar a casa e crescer com qualidade. Vamos analisar a estrutura da empresa antes de comprar mais veículos.”

Segundo Marcelo Velloso, gerente comercial da concessionária Carboni, a cidade de Chapecó, com mais de 200 mil habitantes, teve em 2017 o maior número de vendas de caminhões pesados, mesmo com o mercado ressabiado por causa da crise. Ele calcula que 70% dos emplacamentos de caminhões frigoríficos foram feitos na região.

O Grupo Carboni, que tem 13% de participação no mercado total de caminhões pesados, está se preparando para mudar para uma sede nova, mais moderna e com maior espaço na ofi cina, para suprir a demanda do setor de caminhões.

Depois de uma forte retração do mercado de caminhões provocada pela crise política, a Carboni começou a ver sinais de melhora no setor a partir do segundo semente de 2017. “O segmento de pesados melhorou muito por causa do bom desempenho da economia” diz Osmar Carboni, diretor do Grupo Carboni.

Em período áureo da economia do país, a concessionária chegou a vender 170 caminhões por mês e hoje comercializa 90 veículos mensais, dos quais 50 são modelos pesados.

O dono da concessionária conta que está com prazo mais longo de entrega de caminhões, de até 90 dias, por causa da grande demanda do setor de transporte. Apesar do aumento na procura por modelos pesados, 2018 ainda vai fi car aquém do tamanho real do mercado, segundo Velloso. “Em 2016 ficou 25% abaixo do volume de 2013 e neste ano a projeção é que sejam vendidos 80 mil veículos”, indica Marcelo Velloso.

Na região sul a Carboni vendeu 472 caminhões Iveco no acumulado de janeiro a setembro de 2018, dos quais 244 unidades foram de modelos pesados, informa Rafael Carboni, gerente de marketing e comunicação da concessionária. Somente em Chapecó a empresa vendeu 96 caminhões, dos quais 67 deles foram de modelos pesados.

Para reforçar a presença da marca Iveco na região, a Carboni participou da primeira edição da Feira do Transporte e Logística (Fetranslog) de Santa Catarina, que contou com seis expositores e 150 marcas, realizada em uma área de seis mil metros quadrados.

A expectativa de Ivalberto Tozzo, dono da Transportes Tozzo e organizador do evento, é que os três dias de feira tenham gerado R$ 150 milhões de negócios.

ALTA PRODUTIVIDADE

Por conta da alta demanda do mercado de caminhões, que já tem fila de espera, a Iveco está trabalhando a plena capacidade em um turno de trabalho na sua fábrica de Sete Lagoas (MG) para acolher os pedidos de 2019. “O mercado cresceu mais do que o previsto pela Iveco. Estamos trabalhando de segunda a sexta-feira e fazendo hora extra para dar conta dos pedidos. Com isso, aumentamos a produção para 90 caminhões por mês, dos quais 50% são modelos pesados, mas estamos com dificuldade de aumentar mais o número de veículos por causa da limitação da cadeia de fornecedores que ainda não conseguiu acelerar a produção, após o período de crise”, observa Jesiel Tasso, gerente de trade marketing e de desenvolvimento comercial da Iveco Latin America. Em três turnos a fábrica da Iveco de Sete Lagoas tem capacidade para produzir 70 mil caminhões por ano.

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