Scania: foco nos ônibus Rodoviários

Dos 57 veículos comercializados no fim do ano passado, 20 unidades foram para a Viação Santa Cruz e 25 para a Viação Danúbio Azul; os outros 12 modelos serão entregues neste mês para a Guerino Seiscento, A retomada do mercado brasileiro começa a trazer bons resultados para a Scania, que concluiu a entrega de 45 […]

Dos 57 veículos comercializados no fim do ano passado, 20 unidades foram para a Viação Santa Cruz e 25 para a Viação Danúbio Azul; os outros 12 modelos serão entregues neste mês para a Guerino Seiscento,

A retomada do mercado brasileiro começa a trazer bons resultados para a Scania, que concluiu a entrega de 45 chassis de ônibus rodoviários, de um total de 57 veículos que foram comercializados no fim do ano passado. Foram 20 unidades para a Viação Santa Cruz e 25 para o grupo Vida – Viação Danúbio Azul. Os outros 12 veículos serão entregues neste mês para a Guerino Seiscento, de Tupã, no interior de São Paulo, que decidiu renovar a frota das suas linhas rodoviárias regulares.

O modelo escolhido pelas empresas é o K 360 4×2, um dos mais vendidos pela Scania no país. Do total, 43 veículos têm carroceria New G7 Paradiso 1200 da Marcopolo e dois da Busscar, que foram adquiridos pela Viação Santa Cruz.

A Guerino comprou dez chassis K 360 4×2 de 14 metros, com retarder, que vão receber carrocerias Marcopolo Paradiso 1200 e dois chassis K 400 6×2 para carrocerias Marcopolo Paradiso 1800 DD (Double Decker).

A última renovação da Guerino Seiscento, em abril de 2018, envolveu a compra de dez ônibus Scania, sendo seis unidades K 400 6×2 e quatro K 360 4×2. Os ônibus estão equipados com o pacote desempenho, o mais completo de conectividade, que oferece uma análise por motorista e veículo, em tempo real, entre outros benefícios.

A empresa comprou também o programa de manutenção Scania com revisões preventivas e cobrança por quilômetro rodado, customizado ao estilo das linhas.

A venda para o grupo Vida foi muito importante, pois, assim como a Viação Santa Cruz, é um cliente 100% Scania na operação rodoviária e faz tempo que não renova a sua frota”, afirma Alan Bartels Frizeiro, gerente de vendas de ônibus da Scania Brasil.

“Além de consolidar a marca, o grupo Vida recebe da Scania uma tecnologia bastante diferente do que a empresa tem atualmente em operação. Ele recebe um chassi com câmbio que tem avançada tecnologia, de 12 velocidades, com sistema Optcruise e totalmente conectado”, diz Frizeiro.

O modelo K 360 4×2 é um sucesso de venda, segundo o gerente da Scania. “O operador, que antes só podia usar carroceria de 14 metros em um chassi 6×2, agora pode ter esse mesmo tamanho no modelo 4×2 com custo operacional menor. E o ônibus ainda oferece um nível de conforto tão bom quanto a versão 6×2”, acrescenta.

REESTRUTURAÇÃO – A Viação Santa Cruz, outro cliente importante da Scania passa por um processo de reestruturação.

Fundada em 14 de junho de 1958 começou suas atividades com micro-ônibus transportando 14 alunos em Conchal, no Estado de São Paulo.

A empresa cresceu por meio de aquisições, tendo ao longo de sua história comprado 36 empresas do setor de transportes, a grande maioria incorporada, entre as quais a Expresso Cristália, que fazia o trecho Campinas–São Paulo, e a Viação Nasser, de São José do Rio Pardo. Agora faz o movimento inverso ao decidir vender os seus ativos, após passar por um amplo processo de reestruturação.

“Vários fatores levaram a empresa a reduzir o tamanho da sua estrutura”, conta Francisco Carlos Mazon, dono da Viação Santa Cruz. “O fato de pertencer a uma família grande, da qual cinco irmãos saíram da sociedade, dificultou o controle e começou a apresentar problemas de fluxo de caixa. Além disso, nos deparamos com uma crise, em 2014 e 2015, que fez declinar o número de passageiros.”

O processo de redução do número de veículos teve início em 2015 e está quase concluído. De 750 ônibus, a Viação Santa Cruz diminuiu para 200 e a meta é trabalhar com 120 veículos, mantendo a frota padronizada com chassi Scania e carroceria Marcopolo. “O tempo vai ensinando e a crise faz a gente pensar diferente”, diz Mazon. “Vamos ficar com uma frota 100% Scania, porque é um produto melhor, tem bom desempenho e é uma geração de motor mais avançado.” Hoje os veículos da empresa têm idade média de 3,7 anos.

Com a nova gestão, a Viação Santa Cruz pretende manter 15% dos profissionais, 5% das instalações e obter 45% da receita.

“Tínhamos 18 garagens e hoje estamos com três, mas a intenção é ficar apenas com uma na Vila Guilherme, em São Paulo”, detalha o empresário.

A estratégia da nova gestão é operar somente com as linhas estaduais do Estado de São Paulo e as linhas federais, todas partindo de São Paulo. “Por isso, decidimos ficar somente com uma garagem.

Abrimos mão do fretamento e do transporte intermunicipal e local para trabalhar com o que tem maior rentabilidade”, explica Mazon.

Confi ante em ser esta uma decisão assertiva, o empresário afirma que uma empresa de ônibus tem mão de obra e capital intensivos. “Então, se pudermos maximizar a organização do material e do pessoal, é possível conseguir bons resultados.”

Na sua avaliação, não é o custo de aquisição que uma empresa tem de levar em conta na hora de comprar um ônibus, mas sim o custo que terá ao longo da operação.

Com a reorganização da estrutura, a Viação Santa Cruz iniciou em 2016 o seu programa de renovação de frota quando adquiriu dez ônibus da marca Scania. Em 2018 a empresa comprou mais 12 veículos e agora recebeu outras 20 unidades da fabricante sueca, o que totaliza 42 ônibus rodoviários.

Além desses veículos, a empresa comprou mais dois ônibus, um modelo Scania e outro Mercedes-Benz com carroceria Busscar.

“Comprei dois modelos com carroceria Busscar porque a fábrica está renascendo e pretendemos testar os veículos”, conta Mazon.

O dono da Viação Santa Cruz recorda que não foi somente a redução de passageiros que afetou a operação da empresa, mas também a demanda pelo serviço de fretamento. “Em 2013 e 2014, com a recessão e o desemprego, tínhamos mais de 750 ônibus e a maioria (400 veículos) era para fretamento. Eram 50 no urbano e o restante no rodoviário”, relata o empresário.

Ele diz que, embora o impacto no fretamento tenha sido violento, na linha de passageiros o problema foi maior. “Quando se perdem 20% de passageiros da linha não se pode cortar uma viagem”, observa.

Atualmente o grande desafio da Viação Santa Cruz é a taxa de ocupação dos ônibus. A meta de ter 55% dos ônibus ocupados em 2018 foi atingida e a expectativa é manter esse percentual. “Em 2019 vamos investir em treinamento de pessoal, dos motoristas e das agências.” Segundo Mazon, a agência de Campinas, no interior de São Paulo, tem hoje 70% de representatividade na receita da empresa. “Por isso, vamos treinar as equipes para ter um trabalho mais direcionado ao cliente.”

MAIOR USO DA CONECTIVIDADE – O dono da Viação Santa Cruz quer que seus passageiros estejam mais conectados e comprem as suas passagens pela internet, porque isso ajudará a organizar a operação. “Fazemos um esforço para que eles comprem as passagens pelo site da empresa e pelo aplicativo, pois hoje estamos vendendo apenas 12% pela internet.

Na linha longa o passageiro compra passagem com seis horas de antecedência e na linha curta em uma ou duas horas antes. Isso é muito ruim para a empresa. Comprando mais pela internet, é possível prever melhor a rota e a lotação dos ônibus”, informa.

Outra meta da empresa é a redução do custo por quilômetro e o crescimento da receita, porque estas são as lições que Mazon aprendeu com a crise. “Hoje não sigo o modelo de empresário que gosta de falar que tem muito ônibus.

Para mim, quanto menos carro eu tiver será melhor. A crise ensina isso. São dois custos grandes – frota e mão de obra intensiva.

Quando se consegue otimizar isso, alcança resultados”, ensina Mazon.

“Com essa mudança na gestão, os resultados já são visíveis e a meta era de fechar 2018 com números financeiros 14% superiores a 2017.”

Para 2019, o desafio da empresa, segundo Mazon, é a menor quantidade de feriados prolongados, pois isso diminui o número de passageiros por quilômetro.

“Essa data representa 5% do faturamento da empresa”, afirma.

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