Bahia Mineração vence o leilão do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste

Única participante da disputa, a empresa será responsável pela finalização do empreendimento e operação do trecho em uma concessão que vai durar 35 anos com investimentos de R$ 3,3 bilhões

A Bahia Mineração (Bamin) venceu o leilão do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) – de 537 quilômetros entre Ilhéus e Caetité, na Bahia – com o lance de R$ 32,7 milhões. Com a finalização desta concorrência, o Ministério da Infraestrutura assegurou mais de R$ 31 bilhões de investimentos contratados para as ferrovias brasileiras em pouco mais de dois anos.

“Nunca se fez tanto em ferrovias no país. As sementes que estão sendo plantadas aqui vão nos levar a participação no modo ferroviário, que hoje é inferior a 20%, para cerca de 35% na matriz de transporte em 2035. A gente vai começar a atingir o nível de transporte ferroviário de alguns países desenvolvidos”, disse o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
A Bamin, única participante do leilão, será responsável pela finalização do empreendimento e operação do trecho, em uma concessão que vai durar 35 anos. Os investimentos totalizarão R$ 3,3 bilhões, sendo R$ 1,6 bilhão utilizado para a conclusão das obras, que estão com 80% de execução. Esses investimentos também vão contribuir para a criação de 55 mil empregos diretos, indiretos e efeito-renda ao longo da concessão.

“Para chegarmos aqui foi preciso política públicas – assim, acerta o governo federal em ampliar a participação do modal ferroviário na nossa matriz de transporte – e qualidade técnica do nosso corpo funcional e a integração dos órgãos públicos”, disse Alexandre Porto, diretor-geral em exercício da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
A expectativa é de que o trecho 1 da Fiol comece a operar em 2025 transportando mais de 18 milhões de toneladas de carga, entre grãos e, principalmente, o minério de ferro produzido na região de Caetité. Em 10 anos esse volume vai mais que dobrar, superando 50 milhões de toneladas, em 2035 – sendo a maior parte o minério de ferro. Entre as cargas também estão alimentos processados, cimento, combustíveis, soja em grão, farelo de soja, manufaturados, petroquímicos e outros minerais.

A operação inicial contará com 16 locomotivas e 1.400 vagões, sendo 1.100 destinados apenas para o escoamento de minério de ferro. Com o aumento da demanda, a expectativa é chegar a 34 locomotivas e 2.600 vagões em dez anos. Além de Ilhéus e Caetité, um terceiro pátio será instalado no município de Brumado.

O traçado da Fiol 1 atravessará as cidades baianas de Ilhéus, Uruçuca, Aureliano Leal, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá, Itagi, Jequié, Manoel Vitorino, Mirante, Tanhaçu, Aracatu, Brumado, Livramento de Nossa Senhora, Lagoa Real, Rio do Antônio, Ibiassucê e Caetité.

A ANTT e o governo federal trabalham nos projetos para concessão de outros dois trechos: a Fiol 2, entre Caetité (BA) e Barreiras (BA), com obras em andamento, e a Fiol 3, de Barreiras (BA) a Figueirópolis (TO), que aguarda licença de instalação por parte do Ibama.

A Fiol será um corredor de escoamento com 1.527 quilômetros de trilhos, ligando o porto de Ilhéus, no litoral baiano, ao município de Figueirópolis (TO), ponto em que se conectará com a Ferrovia Norte-Sul e o restante do país.

Outros investimentos – Em 2019, o leilão da Ferrovia Norte-Sul, na região central do Brasil, garantiu os primeiros R$ 2,7 bilhões de investimentos. Ao longo de 2020, o Ministério da Infraestrutura (MInfra) viabilizou as renovações antecipadas de contrato com a Rumo, pela Malha Paulista, com mais R$ 5,7 bilhões, e com a Vale, com mais R$ 8,2 bilhões pela Estrada de Ferro Carajás (EFC) e R$ 8,8 bilhões com a Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM).
Além disso, o dispositivo de investimento cruzado permitiu que parte da outorga pela EFVM fosse utilizada para injetar R$ 2,7 bilhões de investimentos na implementação da Ferrovia de Integração Centro Oeste (FICO) entre Mato Grosso e Goiás.

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