Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing e serviços da Volkswagen Caminhões e Ônibus: “O mercado de caminhões tem potencial para crescer mais que 10% em 2022, mas, como crescimento efetivo, não deverá ser maior que o projetado pela Anfavea por causa das restrições no fornecimento de componentes”

Segundo Alouche, hoje não existe um segmento que esteja puxando sozinho o mercado de caminhões no Brasil, todos estão aquecidos

Transporte Moderno – Qual a sua expectativa para o mercado de caminhões em 2022?

Ricardo Alouche – O mercado de caminhões tem potencial para crescer mais que 10% em 2022, mas como crescimento efetivo não deverá ser maior do que o projetado pela Anfavea por causa das restrições no fornecimento de componentes que as montadoras ainda enfrentarão neste ano.

Transporte Moderno – Qual segmento está com maior demanda?

Ricardo Alouche – Hoje não há um segmento que esteja puxando sozinho o mercado de caminhões no Brasil.  Todos estão aquecidos e a empresa está trabalhando à exaustão não somente na linha de produção, mas nos contatos com os fornecedores para evitar a paralisação das atividades por falta de componentes neste momento desafiador e conseguir atender da melhor forma cada um desses segmentos.

Transporte Moderno – Como estão os pedidos de caminhões na Volkswagen Caminhões e Ônibus?

Ricardo Alouche – Temos pedidos para todos os modelos. Alguns estão com prazo de entrega entre 60 e 90 dias e outros de seis meses. Isso acontece porque no ano passado houve restrição de capacidade por causa da pandemia que gerou uma demanda futura de entrega e estamos trabalhando com essa programação hoje.

Transporte Moderno – Quem está comprando os caminhões da empresa?

Ricardo Alouche – Os pedidos de caminhões extrapesados são para atender eminentemente ao agronegócio, os de Delivery são basicamente para o serviço de distribuição urbana, e-commerce e entregas urbanas que estão crescendo bastante, e o Constelattion é de forma intensa para a infraestrutura, como limpeza urbana, construção civil, betoneira e caçamba.

Transporte Moderno – Que análise você faz do mercado de caminhões hoje?

Ricardo Alouche – Tivemos um susto depois da variante Delta e achávamos que a crise estava amenizando, a economia voltando ao ritmo normal e o mercado de caminhões retomando, aí vem a Ômicron para embaralhar um pouco mais e atrapalhar a nossa vida, mas de qualquer forma a perspectiva para o mercado é mais positiva em termos de economia e de vendas para 2022.

Transporte Moderno – Quais são os desafios a serem enfrentados neste ano?

Ricardo Alouche – A Covid-19 é mais um dos desafios que todo o setor automotivo terá neste ano, mas ainda temos muitos entraves, como o aumento de custo, da taxa de juros e falta de disponibilidade de peças. E o impacto não será somente na nossa linha de produção, mas nos fornecedores também, estrangulando ainda mais a disponibilidade de componentes para a indústria.

Transporte Moderno – Em 2021 a Volkswagen Caminhões e Ônibus cresceu 42%. A que você atribui esse crescimento?

Ricardo Alouche – O Delivery Express foi o líder do segmento em que atua, mas não foi o único responsável. A linha Meteor também ajudou no crescimento das vendas e o veículo se tornou totalmente incremental ao volume que a Volkswagen vendia.

Transporte Moderno – Como foram as vendas do Meteor?

Ricardo Alouche – Nós não vendemos o dobro do Meteor em 2021 por conta de restrição de capacidade de fornecedores. Então, o volume de Meteor que entrou foi totalmente vendido e viramos o ano com bom volume de pedidos em carteira para entregar no primeiro semestre de 2022.

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