Déficit do setor de autopeças pode chegar a US$ 7,44 bilhões em 2022

O saldo negativo da balança comercial esperado para este ano será 29,1% inferior a 2021, com US$ 14,72 bilhões de importações e US$ 7,28 bilhões de exportações

Sonia Moraes

A indústria de autopeças poderá encerrar 2022 com déficit de US$ 7,44 bilhões, montante 29,1% inferior aos US$ 10,49 bilhões projetados para 2021, segundo estimativa do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). As importações poderão atingir US$ 14,72 bilhões (13,7% inferior a 2021) e as exportações alcançarão US$ 7,28 bilhões (10,8% superior a 2021).

No primeiro quadrimestre de 2022, o déficit da indústria de autopeças totalizou US$ 3,9 bilhões, aumento de 33,6% sobre o mesmo período de 2021, quando o saldo negativo atingiu US$ 2,9 bilhões. Mesmo com o aumento de 14,3% nas exportações, que somaram aproximadamente US$ 2,4 bilhões até abril, o ritmo das importações foi maior, totalizando US$ 6,3 bilhões, incremento de 25,7% sobre os US$ 5 bilhões importados no primeiro quadrimestre de 2021.

Em abril, as importações totalizaram US$ 1,57 bilhão, valor 3,5% superior ao mesmo mês de 2021 (US$ 1,51 bilhão) e as exportações atingiram US$ 638,6 milhões, aumento de 16,1% sobre abril do ano passado, quando totalizou US$ 550,1 milhões.

Do total de US$ 6,3 bilhões de componentes importados de 155 países no primeiro quadrimestre de 2022, a China se destacou com US$ 1,08 bilhão, 34,8% a mais que no acumulado de janeiro a abril de 2021, e a participação foi 17,1% nas compras totais das empresas, seguida pelos Estados Unidos, com US$ 711,9 milhões, 37,8% a mais que o mesmo mês do ano anterior e 11,3% de participação.

A Alemanha teve 10% de representatividade, com o total de US$ 630 milhões, 21,8% a mais que no primeiro quadrimestre de 2021. O Japão, que aparece em quarto lugar no ranking, teve 9,3% de participação, com US$ 590 milhões, 32,7% a mais que nos quatro primeiros meses de 2021.

Nas exportações de quase US$ 2,4 bilhões destinadas a 190 mercados até abril, os principais foram a Argentina, com US$ 818,7 milhões, 44,3% a mais que no primeiro quadrimestre de 2021 e 34,7% de participação, seguida pelos Estados Unidos, com US$ 390,9 milhões, 8,5% a mais que nos quatro primeiros meses de 2021 e 16,6% de participação.

Na sequência aparece o México, que absorveu US$ 213,4 milhões, 8,3% a menos que no mesmo período do ano passado, ficando com 9% do total, e a Alemanha, que teve 8% de participação, com US$ 188,4 milhões, aumento de 29,7% sobre o acumulado de janeiro e abril de 2021.

Faturamento – 

O faturamento nominal da indústria de autopeças projetado para 2022 é de R$ 178,5 bilhões, resultado 9,1% superior aos R$ 163,6 bilhões estimado para 2021, segundo o Sindipeças. As montadoras deverão contribuir com 61,4% aos resultados, o mercado de reposição com 21,7% e as exportações com 13,8%. 

Os investimentos programados pelas fabricantes devem aumentar 9,5% em 2022 para R$ 2,30 bilhões, ante os R$ 2,10 bilhões estimados em 2021. As empresas devem terminar o ano com 242,8 mil empregados, 0,7% a mais que em 2021, cuja estimativa é de 241,1 mil empregados, segundo o Sindipeças.

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