Recursos para financiar veículos devem aumentar pouco em 2023

A estimativa da Anef é que os bancos de montadoras liberem neste ano R$ 197,3 bilhões para o financiamento de veículos, valor 1% superior aos R$ 195,3 bilhões disponibilizados em 2022

Os bancos de montadoras devem aumentar em 1% os recursos que serão liberados para o financiamento de veículos em 2023, totalizando R$ 197,3 bilhões, segundo estimativas da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). Em 2022, as instituições financeiras das montadoras liberaram R$ 195,3 bilhões para financiamento de veículos, o que significou um recuo de 0,7% em relação a 2021. O CDC (Crédito Direto ao Consumidor) demandou R$ 194,1 bilhões de recursos, seguindo como a modalidade mais utilizada pelos consumidores.

Para Paulo Noman, presidente da Anef, 2022 foi um ano atípico para as modalidades de pagamento de veículos e comerciais leves, em que a participação das vendas financiadas representou 32% do total, enquanto as vendas à vista alcançaram o pico de 64% e o consórcio continuou com uma participação de 4%.

Carteiras e produtos-

A soma total do saldo das carteiras de veículos CDC e leasing foi de R$ 374,1 bilhões, com aumento de 11,8% em um ano. O CDC teve um crescimento significativo de 12% em relação a 2021, passando de R$ 332 bilhões para R$ 371,7 bilhões. Já o leasing apresentou uma queda de 4%, passando de R$ 2,5 bilhões, em 2021, para R$ 2,4 bilhões em 2022.

O CDC continua sendo o principal responsável pelos financiamentos do país, principalmente para as compras por pessoa jurídica, que saltaram de R$ 90,77 bilhões em 2021, para R$ 113,48 bilhões em 2022, com aumento de 25% em 12 meses. O saldo em carteira para pessoa física foi de R$ 258,2 bilhões, com crescimento de 7% em relação ao ano anterior. 

A modalidade de leasing para pessoa física passou de R$ 378 milhões em 2021 para R$ 277 milhões em 2022. Para pessoa jurídica, o saldo em carteira foi de R$ 2,12 bilhões em 2021 para R$ 2,16 bilhões.

Resultados de vendas-

A Anef destaca que 2022 foi umano fortemente impactado pela alta nos valores dos veículos, somado ao aumento da inadimplência e dos juros, que chegou em dezembro a 25,33% ao ano. Somam-se também as incertezas da economia e a expectativa em relação ao novo governo.

“As vendas à vista dos veículos e comerciais leves alcançaram 64%, das 12.140,1 milhões de unidades comercializadas no ano, 14% de aumento em relação a 2021. O resultado surpreendeu o mercado como um todo, se analisarmos o contexto macroeconômico do ano de 2022, com guerra no leste europeu, falta de semicondutores, expectativas em relação à economia e às eleições presidenciais”, afirma o presidente da Anef. As vendas financiadas ficaram com 32% do total contra 46% do ano anterior, quando 13.378,8 milhões de unidades foram vendidas. Os consórcios mantiveram uma participação de 4%.

Os pagamentos para veículos comerciais (caminhões e ônibus) tiveram o financiamento como a modalidade mais utilizada, correspondendo a 37% das 533,6 mil unidades licenciadas no ano. Porém, com uma queda de 8% em relação a 2021, quando foram financiados 591,4 mil veículos. O Finame e as vendas à vista cresceram 4% e o consórcio 1%.

Inadimplência-

A inadimplência de pessoa física (atrasos de pagamentos com mais de 90 dias) alcançou seu maior índice nos últimos anos, batendo 5,9%, o que representa um aumento de 1,5% em relação a 2021. Já no financiamento CDC foi de 5,4%, sendo 1,6% a mais do que no ano anterior. E no leasing 3,3%, diminuição de 0,3%.

Na análise da porcentagem de atrasos entre 15 e 90 dias, a carteira de CDC, para pessoa física, teve uma alta de 0,8% no ano, passando de 6,6% para 7,4% do total de financiamentos da carteira. Para pessoa jurídica, o aumento foi de 1,1%, passando de 2,5% para 3,6% do total de atrasos.

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