XCMG quer triplicar vendas de caminhões elétricos no Brasil até o fim do ano

A empresa já está consolidada no mercado de máquinas amarelas, mas agora investe para ser um dos principais players de caminhões elétricos do país

Aline Feltrin

Depois de completar uma década de produção de máquinas amarelas no Brasil, a chinesa XCMG quer aumentar sua participação no mercado nacional de caminhões elétricos. Desde 2021, passou a vender unidades importadas da sua matriz chinesa para empresas do ramo de mineração. Agora, com uma frota de 120 unidades, a fabricante planeja triplicar esse número até o fim do ano, com 360 vendas.

A estratégia para alcançar seu objetivo está apoiada, principalmente, na gama diversificada de modelos que colocará à disposição dos clientes. Desde os mais leves até os mais pesados. Até o momento, nenhuma marca de caminhões oferece uma linha completa de modelos elétricos no Brasil.

Outros pontos fortes, segundo a marca, são o preço mais competitivo na comparação com seus principais concorrentes e o sistema automatizado denominado swapping, que permite a troca de baterias em aproximadamente seis minutos.

Lote de dez caminhões-

O mais recente lote de vendas da XCMG foi para a operadora logística Reiter Log, que encomendou dez unidades do modelo pesado rodoviário. Conforme, a diretora de ESG da empresa, Vanessa Pilz, o investimento faz parte de uma ofensiva da empresa rumo à descarbonização. “Nossa meta é que a frota tenha 100% dos veículos com energia alternativa ao diesel até 2035”, conta.

Hoje, das 1.800 placas (caminhões e implementos) da Reiter, 250 são caminhões a gás, 40 caminhões elétricos leves para operação de last mile e 15 caminhões elétricos pesados.

A executiva revela que cada um dos dez caminhões da XCMG custou R$ 1,3 milhão. “O investimento em veículos com energia mais limpa é maior, porém, além das questões ambientais, nos ajuda a melhorar o desempenho dos nossos negócios”.

Vanessa revelou que a ampliação de uma frota mais limpa ajudou a empresa a aumentar o número de contratos com embarcadores que apresentam metas importantes para a descarbonização da frota. “O que mais conta, claro, é o quanto a nossa operação é eficiente. Contudo, quando há o compromisso com esse tema, o operador logístico é visto com outros olhos.”

Centro de desenvolvimento

A XCMG também tem planos para nacionalizar a produção de caminhões elétricos no Brasil nos próximos anos. Para tanto, criou um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento alocado em sua fábrica, em Pouso Alegre (MG).

A iniciativa consumiu um terço do investimento de R$ 270 milhões injetados pela matriz. O vice-presidente comercial da XCMG, Tian Dong, revelou em coletiva de imprensa, na terça-feira (20) que trata-se de um ponta pé inicial para desenvolver fornecedores locais e entender quais serão os principais desafios que a fabricante enfrentará para fabricar os veículos aqui. Conforme Dong, um deles é a questão dos projetos para a extração de lítio no Brasil que levam anos para serem desenvolvidos.

Quem é a XCMG?

A XCMG é a segunda maior fabricante de caminhões elétricos da China e a 9ª maior fabricante de caminhões a diesel do país asiático. Também é fabricante de máquinas da linha amarela e mineração, setor em que lidera o processo de eletrificação, e uma das 500 maiores empresas do mundo.

A fábrica brasileira de Pouso Alegre é a segunda maior unidade fabril da XCM do mundo, fora da China. Sua carteira de clientes conta com empresas como Coca-Cola, Bracell, Ambev, Maersk, Vale, entre outras.

Marcia Pinna

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