Aline Feltrin
Depois de nacionalizar o conjunto de powertrain dos seus utilitários elétricos de carga e de inaugurar, no ano passado, uma fábrica de CKD em Campo Largo, no Paraná, a empresa brasileira Hitech Electric deu mais um passo rumo à conquista de uma fatia no mercado nacional de veículos elétricos. Nesta quinta-feira (4) inaugurou sua primeira concessionária no país, na Zona Sul de São Paulo. Além do ponto de venda, a loja do Grupo Carueme vai oferecer assistência técnica, test drive e comercializará peças. O grupo atua no segmento de caminhões desde 2002, com vendas e pós-vendas, e atendimento em todo o Estado de São Paulo.
Segundo os executivos da Hitech, com a nacionalização de componentes e um pós-venda estruturado, a marca quer ocupar um novo patamar no mercado. A perspectiva é que, até o fim do ano, sejam inaugurados mais oito pontos de vendas e pós-vendas, sendo boa parte no Sul e no Sudeste e duas concessionárias no Nordeste.
Seja como for, a Hitech informa que, desde que começou suas operações em 2017, contabiliza aproximadamente 350 unidades vendidas. A perspectiva é que as vendas alcancem cerca de 600 unidades neste ano. Entre os compradores dos utilitários de carga estão empresas como Ypê, BMW e Michelin.
Por enquanto, a empresa brasileira oferece três famílias de veículos utilitários de carga: e.coDelivery, com capacidade de carga de até 500 kg e autonomia de até 160 km, o e.coCargo, com capacidade de carga de 780 kg e autonomia de até 240km e a e.coTruck com capacidade de carga de 800 kg e autonomia de até 240 km. Os preços dos veículos, segundo a empresa, variam entre R$ 128 e R$ 200 mil. Todos podem ser financiados por modalidades já oferecidas pelas instituições financeiras, inclusive pelo BNDES. Isso porque os veículos já têm um nível de nacionalização suficiente para crédito subsidiado.
O sócio-diretor da Hitech, Rodrigo Contin, revelou que, em breve, a empresa lançará um modelo com capacidade de 3,5 toneladas de carga. Além disso, está desenvolvendo um veículo utilitário off road 4×4 para atender clientes dos segmentos de agronegócio e mineração. “Contudo, nosso foco é em utilitários que servem para entregas de última milha, por isso estamos investindo em opções menores”, complementa.
Mercado de locação
De olho nas tendências, a Hitech mira também no aluguel. Nesta semana, fechou um contrato de 20 unidades com uma empresa transportadora que presta serviços para a Amazon. De acordo com Contin, a ideia é que os contratos de aluguel e as vendas tenham representatividade equilibrada no número de negócios da empresa.
Para suportar a demanda por utilitários elétricos, a fábrica da Hitech vai aumentar a capacidade de montagem para 100 unidades por mês.
Investimentos
Embora o sócio-diretor da Hitech não revele os números exatos dos investimentos realizados no Brasil, informa que a empresa obteve um aporte inicial próprio, seguido por uma colaboração da Positivo, uma das maiores empresas de tecnologia do país. Além disso, para viabilizar a fábrica no Paraná, a empresa buscou apoio de um investidor family office, entidade financeira privada frequentemente procurada por empresas em crescimento que buscam financiamento para alcançar seus objetivos estratégicos.
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